Translate

Wednesday, August 1, 2012

GRUPO (FRANCÊS) DO IMPRESSIONISMO (Paris, 1874-1885).


 GRUPO (FRANCÊS) DO IMPRESSIONISMO (Paris, 1874-1885).


Na época em que o Impressionismo ainda estava em formação, Claude Monet, Alfred Sisley e Camille Pissarro, entre outros, passaram temporada em Londres (1871). Esse período no exterior foi de fundamental importância para modificar a estética das obras dos artistas; todos tiveram a oportunidade de conhecer as pinturas dos precurssores ingleses do Impressionismo, Joseph Mallord William Turner e John Constable. A obra de Turner, que pintou paisagens iluminadas envoltas na bruma permanente, foi a primeira a quebrar os limites entre a terra, a água e o céu, tornando as pinturas quase abstrações baseadas nas paisagens.

De volta à França (1872), os artistas, futuros Impressionistas, passaram temporada dispersos. Monet foi viver em Argenteuil, Pissarro em Pontoise e Cézanne continuou como sempre, em Aix-en-Provence, fazendo viagens ocasionais a Paris. Nesta fase do movimento todos eles pintavam paisagens ao ar livre, e, no ano seguinte começaram a dialogar, tentando estabelecer alguns princípios comuns a todos, que nortearam as pinturas Impressionistas, obras pessoais de cada artista (1873). A linha de contorno foi eliminada em todos os quadros e a perspectiva não seguiu mais a geometria, pois ficou marcada pela degradação dos tons e coloridos que levam o espaço e o volume até a linha do horizonte. As pesquisas de Eugène Chevreul contribuiram para o desenvolvimento do novo estilo pictórico. Desde o início do século XIX Chevreul observava e estudava de modo científico os fenômenos da cor. O pesquisador, quimico formado, que trabalhou durante décadas no Ateliê de Tintura da Manufatura dos Gobelins, publicou suas pesquisas (1839), mais tarde desenvolvidas por Helmholtz (1878) e Rood (1881). Chevreul foi vizinho de Paul Signac e suas teorias ficaram conhecidas do grupo dos Impressionistas e dos futuros Neo-Impressionistas, e foram fundamentais na compreensão do fenômeno de decomposição da cor nas pinceladas pontilhistas de pigmento puro dos Pós-Impressionistas como Georges Seurat, Henri Edmond Cross e do próprio Paul Signac, amigo pessoal de Vincent van Gogh.

O pintor Charles Daubigny, da Escola de Barbizon, que Van Gogh chamava de o grande Daubigny, foi o primeiro artista que montou seu estúdio em uma barcaça (1857), quando passou a explorar o rio Sena dessa forma, pintando muitas obras precursoras do Impressionismo, que deixaram a marca de sua influência nas primeiras obras de V. van Gogh. A pintura Pôr-do-sol no Oise (1865, óleo/ tela) de Daubigny, se encontra reproduzida (CLAY, 1973). As pinceladas enérgicas do artista na mescla da miríade de cores dos reflexos na água mostraram-se completamente pré-Impressionistas. O jovem Monet inspirou-se em Daubigny, tanto na sua pintura como na época em que ele improvisou seu estúdio num barquinho, pintando enquanto percorria o rio Sena. Na ocasião (1874), Monet foi retratado sentado no seu barco-estúdio por seu amigo Édouard Manet: os dois quadros pertencem ao acervo do Museu d' Orsay e encontram reproduzidos (CLAY, 1973).

O crítico de arte Louis Leroy publicou o termo Impressionismo [Impressionnisme], a partir da obra Impressão: Sol Nascente [Impression Soleil Levant] (1872, óleo/ tela, 48 cm x 63 cm, no Museu Marmottan, Paris), de Claude Monet, que participou da primeira mostra do grupo, juntamente com dois outros quadros do mesmo autor. Na época, a palavra de cunho pejorativo nomeou o artigo Exposição dos Impressionistas, publicado no Charivari (Paris, 25 abril, 1874). Não foi essa primeira vez que o termo foi empregado para designar a nova maneira de pintar: Louis Dimior encontrou nos seus estudos sobre Lembranças [Souvenirs], texto de Antonin Proust dedicado a Édouard Manet, publicado na La Révue Blanche (v.), a declaração do autor como tendo surgido o termo Impressionismo nas discussões anteriores do grupo (SERULLAZ, 1989).

A primeira exposição do grupo, que Claude Monet ajudou a organizar, apresentou cento e sessenta e cinco pinturas de trinta artistas. sendo realizada no amplo espaço do estúdio cedido pelo conhecido fotógrafo Nadar (Gaspar Félix Tournachon 1820-1910), sito na região nobre e central de Paris. Da primeira mostra da Sociedade Anônima dos Artistas Pintores, Escultores e Gravadores [Société Anonyme des Artistes Peintres, Sculpteurs et Graveurs] (Paris, 15 abr, - 15 maio, 1874), participaram inúmeros artistas: Antoine Ferdinand Attendu (1845-1908), Zacharie Astruc (1833-1907), Edmond Joseph Béliard (1832-1912), Félix Bracquemond (1833-1914), Jacques Emile Brandon (1831-1897), Gustave Caillebotte (1848-1894), Adolphe-Félix Cals (1810-1880), a norte-americana que vivia em Paris Mary Stevenson Cassat (1844-1926), Paul Cézanne (1839-1906), Fréderic Corday (1854-1911), Paul Gauguin (1848-1903), Jean-Baptiste Armand Guillaumin (1841-1927), Gaston Latouche (1854-1913), Albert Lebourg (1849-1928), Stanilas Lépine (1835-1892) do Grupo (Francês) de São Simeão (v.), Jean-Baptiste Léopold Levert, Emilien Mulot Derivage (1839-?), o fotógrafo Adolf de Meyer (1869-1949), o escultor Auguste-Louis-Marie Jenks Ottin (1811-1890), Ernest Rouart (1833-1912) e Victor Alfred Paul Vignon (1847-1909), além dos conhecidos Eugène Boudin (1824-1898), Edgard Degas (1834-1917), Claude Monet (1840-1926), Berthe Morisot (1841-1895), Camille Pissarro (1830-1903), Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Eugène Vidal (1850-1908); e os pintores italianos Giuseppe de Nittis (1846-1884) e Federico Zandomeneghi (1841-1917). Participaram ainda obras de Bureau, Colin, Debras, De Moulins, Lepic, L. A. Ottin e Robert Vidal (procurei muito, mas ainda não encontrei dados sobre esses artistas). Os quadros expostos na dita, I Mostra Impressionista, receberam grande quantidade de críticas muito desfavoráveis na imprensa: apenas Phillipe Burty publicou dois artigos em defesa dos pintores.

O francês Edgar Degas passou quatro anos na Itália; ele viveu com sua tia, a Condessa Laura Bellelli, residente em Florença; e com seu pai, residente em Nápoles. Degas conheceu, influenciou e foi influenciado por vários artistas das vanguardas italianas, especialmente pelos ditos, Manchistas. O artista francês tornou-se amigo de vários deles, e convidou-os a participarem das Mostras Impressionistas (Paris, 1874-1885). A pintura do Grupo (Florentino) dos Impressionistas Italianos (v.) foi a mais próxima da estética do Impressionismo na França. Giuseppe De Nittis e Federico Zandomeneghi conheceram Edgar Degas quando ele viveu quatro anos na Itália: provavelmente foram convidados por Degas para participarem dessa primeira mostra Impressionista, mas, devido ao completo fracasso, De Nittis nunca mais participou de nenhuma outra exposição do grupo, mas Zandomeneghi participou de quatro, entre as oito mostras Impressionistas.

Devido ao fracasso de público e crítica da primeira mostra Impressionista, a derrota forçou alguns artistas a participarem de leilão de pinturas no Hotel Drouot, igualmente sem sucesso (Paris, 24 mar.,1875). Da segunda mostra Impressionista (1-30 abril, 1876), participaram somente dezenove artistas: Edmond Joseph Béliard, Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals, Edgar Degas, François Desboutin, François Legros, Jean-Baptiste Léopold Levert, J-B. Millet (filho de Jean-François Millet);, Claude Monet com dezoito óleos, quase todos pintados em Argenteuil; Berthe Morisot, com treze óleos, três aquarelas e três pastéis; L. Ottin, Camille Pissarro com doze óleos; Pierre Renoir, com quinze óleos; Ernest Rouart, Alfred Sisley, Charles Victor Tillot (1825-1877), Federico Zandomeneghi, além de Beneau e Lepic (procurei muito, mas ainda não os encontrei). Os artistas receberam apoio da Galeria Durant-Ruel, que patrocinou a coletiva, e ofereceu mostras ndividuais a Eugène Boudin, Claude Monet, Camille Pissarro e Alfred Sisley.

Na segunda mostra Impressionista surgiram críticas demolidoras como a publicada por A. Wolff no Le Figaro (3, abril, 1876). Surgiram algumas críticas favoráveis como as de Armand Sylvestre, Castagnary e Théodore Duranty, críticos que participaram das reuniões com Édouard Manet e amigos no Café Guerbois (Paris, 1866-1870; v.). Castagnary elogiou as paisagens de Monet, Pissarro, Sisley, os retratos de Renoir e Morisot, os interiores ditos, tão cheios de promessas do Sr. Caillebotte e os soberbos estudos coreográficos do Sr. Degas. Outros críticos de arte saíram em defesa dos pintores, como Duranty, que analisou com acuidade a arte do grupo, para poder afirmar:

[...] O mais sábio dos físicos nada poderia censurar às análises cromáticas desses artistas...[...]

A terceira mostra (1-30 abril, 1877), foi organizada por Paul Durand-Ruel mas não na galeria de arte, que nada vendeu na segunda mostra, mas em outro local, na rua Le Peletier, n. 6, ao lado da Galeria Durand-Ruel (n. 11). A exposição apresentou mais de duzentas obras de Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals; Paul Cézanne expos dezesseis óleos; Fréderic Corday; Edgar Degas mostrou vinte e cinco obras; Armand Guillaumin com doze óleos; Jacques François Lamy, Jean-Baptiste Léopold Levert, Alphonse Maureau; Claude Monet apresentou trinta óleos, inclusive várias pinturas da Gare Saint-Lazare; Berthe Morisot, Ludovic Piette (1826-1877); Camille Pissarro, que mostrou vinte e duas paisagens; Pierre Auguste Renoir, com vinte e um óleos, inclusive a obra-prima O Baile do Moulin de la Galette; Ernest Rouart; Alfred Sisley, expos dezessete paisagens; e Federico Zandomeneghi. A exposição repetiu o fracasso das duas anteriores: sem vendas, recebeu críticas muito negativas nos jornais, que contribuíram para o parco comparecimento do público. No entanto, no ano seguinte aconteceu um fato novo, favorável aos artistas: apareceu o primeiro estudo analítico sério dedicado aos Impressionistas, de autoria de um dos amigos que frequentava o Café Guerbois com o dito, Grupo das Batignolles. Théodore Duret, que escreveu o artigo Os Pintores Impressionistas [Les Peintres Impressionistes], quando ele inseriu a arte do grupo na evolução da arte das vanguardas francesas e dedicou cinco monografias aos artistas que considerou mais importantes: Claude Monet, Berthe Morisot, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir e Alfred Sisley.


Depois das mostras dos primeiros anos (1874-1875), a pintura dos Impressionistas começou a ser notada e os artistas começaram a alcançar certo reconhecimento. devido a crítica favorável de Duranty, que publicou a brochura Nova Pintura (1876); no ano seguinte, George Rivière lançou, juntamente com a mostra dos Impressionistas, a revista O Impressionista (1877); e, no outro ano, foi lançada outra brochura, Os Pintores Impressionistas (1878), o primeiro estudo sério realizado por Théodore Duret sobre o movimento dos artistas franceses.

Os artistas não desistiram e partiram para a IV Mostra (10 abril -11 maio, 1879), que realizou-se na Galeria Georges Petit (Av. da l'Opéra, n. 28), com poucos artistas participantes, sendo que no último minuto, Gauguin apareceu com escultura de sua autoria. Participaram dezesseis artistas, sendo esses Félix Bracquemond, Marie Bracquemond (1840-1916), Gustave Caillebotte, Adolphe-Félix Cals, Mary Cassat; Edgar Degas, com vinte e cinco obras; Claude Monet com vinte e nove obras, sendo várias Vistas de Vétheil; Jean-Louis Forain (1852-1931), Paul Gauguin, Albert Charles Lebourg (1849-1928), Ludovic Piette, Camille Pissarro, Ernest Rouart, Henry Somm (François-Clément Sommier, 1844-1907), Charles Victor Tillot (1825-1877), e o italiano Federico Zandomeneghi. Não participaram obras de Cézanne, Morisot, Renoir e Sisley.

No ano seguinte Claude Monet decidiu apresentar suas obras para seleção no Salão Nacional de Belas Artes (1880) e, uma das duas obras submetidas ao júri foi aceita. Foi o início da desagregação do Grupo dos Impressionistas, quando os expoentes se afastaram da mostra coletiva, que perdeu os artistas mais destacados. A V Mostra Impressionista reuniu obras de dezenove artistas, na rua das Pyramides, n. 10 (de 1 - 30 de abril, 1880). Participaram Félix Bracquemond, Marie Braquemond, Gustave Caillebotte, Mary Cassat, Edgar Degas, Jean-Louis Forain; Paul Gauguin compareceu com oito obras sendo uma escultura (busto) em mármore; Armand Guillaumin, Albert Lebourg, Jean-Baptiste Léopold Levert; Berthe Morisot participou com quinze obras; Camille Pissarro expôs onze pinturas e cinco gravuras em água-forte; Jean-François Raffaëlli (1850-1924), Jean-Marius Raffaëlli, Ernest Rouart (1833-1912), Charles Tillot, Eugène Vidal, Victor Alfred Paul Vignon (1847-1909), e Federico Zandomeneghi. Desde essa exposição do Impressionismo Cézanne, Monet, Renoir e Sisley preferiram expôr suas pinturas somente no Salão Nacional de Belas Artes; Monet expôs na sua primeira mostra individual realizada na Galeria La Vie Moderne (junho, 1880).

A VI Mostra Impressionista misturou obras dos artistas do movimento com as novas pinturas Pontilhistas, na época do grupo francês conhecido posteriormente como do Neo-Impressionismo (v.), que recebeu do crítico de arte inglês Roger Fry a denominação de Pós-Impressionismo (Londres, 1912; v.). O sucesso dos Impressionistas começou depois da VI Mostra que realizou-se novamente no anexo do estúdio de Nadar (2 abril-1 maio, 1881), da qual participaram obras de apenas treze artistas: Mary Cassat, Edgar Degas com sete obras sendo uma escultura em cera; Jean-Louis Forain; Paul Gauguin com dez obras, pinturas e esculturas; Armand Guillaumin com dezesseis obras; Berthe Morisot com sete obras; Camille Pissarro com vinte e oito obras, pastéis e guaches; Jean-François Rafaëlli, Ernest Rouart e Charles Tillot. No final do ano Paul Durand-Ruel tornou-se marchand exclusivo de Eugène Boudin; ele foi o negociante de arte da norte-americana Mary Cassatt, que expôs suas pinturas intimistas nos dois continentes, Europa e América (v. Impressionismo Americano). Todos os Impressionistas apresentaram obras no Salão dos Artistas Franceses, mas os quadros de Paul Cézanne foram recusados até o momento que um retrato foi aceito (1882).

Agora vários artistas desejavam pintar no estilo Impressionista: nessa fase suas obras atingiram o ápice do estilo pictórico, quando a teoria levou a melhor sobre a pintura intuitiva pura. Essa mostra marcou duas tendências diversas, a da pintura puramente Impressionista, depois que Monet retirou-se do grupo liderada por Camille Pissarro; e a tendência verista representada pelas obras de Degas. Nesse ano Cézanne, Monet, Renoir e Sisley mostraram suas obras no Salão Nacional de Belas Artes.

No ano seguinte foi organizada a oitava mostra, agora denominada de VII Exposição dos Artistas Independentes que realizou-se no salão alugado por Paul Durand-Ruel na rua Saint-Honoré n. 251, (fevereiro-março, 1882). A exposição apresentou menor número de artistas do que a anterior, pois reuniu apenas nove pintores que mostraram duzentas e três obras: Caillebotte (dezessete óleos/ tela), Paul Gauguin (treze óleos/ tela), Guillaumin (treze óleos/ tela), Monet (trinta e cinco óleos/ tela), Morisot (nove obras), Pissarro (trinta e seis obras), Renoir (vinte e cinco óleos/ tela, inclusive o Almoço dos Barqueiros); Sisley (vinte e sete óleos/ tela), e Vignon (quinze obras). Os ventos mudaram de direção e a mostra finalmente alcançou sucesso de público e crítica. Devido ao excelente resultado alcançado nessa exposição a Galeria Durand-Ruel organizou mostras individuais dos artistas mais destacados no grupo: Eugène Boudin, Claude Monet, Pierre Auguste Renoir, Camille Pissarro e Alfred Sisley, no salão do Boulevard de La Madeleine n. 9 (jan.- julho, 1883).

A oitava e última mostra do grupo realizou-se na rua Laffitte n. 1 (15 maio - 15 julho, 1884). Participaram da VIII Mostra Impressionista, que apresentou tendências diversas, obras de quinze artistas: Marie Bracquemont, Mary Cassatt, Edgar Degas (quinze obras, sendo dez estudos de nu, em pastel); Jean-Louis Forain; Paul Gauguin, com dezenove obras; Armand Guillaumin, com vinte e uma obras; Camille Pissarro com dezenove obras, e seu filho Lucien Pissarro, Odilon Redon, Rouart, o amigo de Gauguin Charles-Emile Schuffnecker, Georges Seurat (um desenho e nove óleos, entre os quais Tarde de Domingo na ilha de La Grande Jatte), James (Jacques Joseph) Tissot, Victor Alfred Paul Vignon e Federico Zandomeneghi. A mostra reuniu as mais diversas tendências dos movimentos recentíssimos das vanguardas: Signac e Seurat apresentaram obras pontilhistas, divisionistas da pincelada, estiveram reunidos a Camille e Lucien Pissarro, com pinturas da mesma fase pontilhista; os Impressionistas Guillaumin e Morisot; os novos Simbolistas, que apenas despontavam, Redon, dito, o Príncipe dos Sonhos; e Paul Gauguin, que, dois anos mais tarde foi considerado o maior expoente do nascente Simbolismo (1888-).

A variedade de estilos das vanguardas desconcertou, mas animou o público e a crítica de arte; o sucesso da mostra refletiu-se no convite logo feito a Monet, Renoir e Pissarro, convidados a participarem da mostra internacional do Grupo dos XX (Bruxelas, Bélgica; v.). O êxito refletiu-se ainda para Claude Monet, convidado a integrar o júri de seleção da VI Exposição Internacional, realizada na Galeria Georges Petit (Paris, 1887). Na importante mostra foram admitidas pinturas dele e de Morisot, Pissarro, Raffaëlli, Renoir, Rodin, Sisley e de James Mac Neill Whistler.

Vários outros artistas das vanguardas francesas foram convidados para participarem das mostras do Grupo dos XX [Les XX] (Bruxelas, 1885-1892), que, na primeira exposição (1885) apresentou obras de seus convidados James McNeill Whistler e do escultor Auguste Rodin; na segunda mostra as pinturas de Claude Monet e Pierre Auguste Renoir (1886); na próxima participaram Berthe Morisot e Camille Pissarro, além das obras do Pós-Impressionista Georges Seurat (1887). Na mostra seguinte foi convidado o pintor do movimento, o Pós-Impressionista Henri de Toulouse-Lautrec e o pontilhista Paul Signac (1888); a outra expos obras de Paul Cézanne, Odilon Redon, Pierre Renoir, novamente Georges Seurat, Paul Signac, Alfred Sisley, Henri de Toulouse-Lautrec e Vincent van Gogh, que, pela primeira vez, expôs duas pinturas internacionalmente (1889); e, novamente convidado na mostra seguinte, V. van Gogh enviou dez pinturas (1890). No Grupo dos XX ocorreu a primeira retrospectiva póstuma da obra de V. van Gogh (1891), no mesmo ano em que o grupo expôs as pinturas de Gauguin, Pissarro e Seurat. No ano seguinte, o grupo expôs obras de Mary Cassat, Maurice Denis e novamente de H. de Toulouse-Lautrec, no mesmo ano em que foi organizada a retrospectiva de Georges Seurat, que faleceu precocemente (1892). Esse primeiro grupo belga, que promoveu as vanguardas internacionais da arte, encerrou suas atividades e foi substituído pela associação de artistas A Estética Livre [La Libre Esthétique], que conseguiu organizar três mostra anuais sucessivas antes de encerrar suas atividades, sem nunca ter alcançado a rerpercussão e a importância fundamental do Grupo dos XX, a grande vitrine internacional que destacou as obras dos artistas Impressionistas e Pós-Impressionistas.

Durante esse período (1884-1894), formou-se na Bélgica ramo importante do Pós-Impressionismo entre os artistas da vanguarda belga. Théo van Rysselberghe participou das mostras do segundo grupo na companhia de proeminentes intelectuais belgas como os arquitetos Henry van de Velde, Victor Horta e F. Vielé-Griffin; Émile Verhaeren (escritor e poeta); Henri-Edmond Cross (pintor francês, Neo-Impressionista); Félix Fénéon (crítico de arte da vanguarda Neo-Impressionista, promotor da obra de Georges Seurat e editor da Revista Branca [Révue Blanche]), André Gide (escritor francês), entre outras destacadas personalidades européias.


Durante décadas tratadas com ambivalência por parte da crítica artística devido a regras sociais estritas, participando de poucas mostras coletivas,somente no século XXI a obra de três mulheres Impressionistas, Berthe Morisot (1841-1895), Mary Cassatt (1845-1926) e Marie Bracquemond (1840-1926), que foram reconhecidas por seus estilos inovadores e homenageadas com mostra coletiva na Legião de Honra (San Francisco, CA, 21 jun.- 21 set., 2008).

Décadas depois a mostra Impressionistas à Beira-Mar [Impressionists by the Sea] reuniu sessenta pinturas dos mais importantes Impressionistas, desde os precurssores – Jongkind, Whistler, Courbet, Manet – até obras de Eugène Boudin, Claude Monet, Mary Cassatt e Pierre-Auguste Renoir, entre outros. A exposição foi inaugurada na Academia Real de Artes [RA] (Londres, -30 set., 2007), itinerando à Coleção Phillips (Washington D.C., 20 out., 2007 – 13 jan., 2008) e ao Museu de Arte Wadsworth Atheneum (Hartford, CT, 9 fev. – 11 maio, 2008).
Reconhecido por seu acervo que abriga a Coleção Davies, com obras extraordinárias dos Impressionistas do final do século XIX e começo do XX adquiridas entre 1908-1923 pelas irmãs Gwendoline e Margaret Davies, expostas na mostra De Turner a Cézanne: Obras Primas da Coleção Davies, no Museu de Arte Columbia (Wales, 07 jun., 2009).

V.: Escola de São Simeão; v. Grupo(s) Americano(s) do Impressionismo (Paris, Nova York, Colônias americanas, c. 1883-1933); v. Grupo Britânico do Impressionismo da Escola de Newlyn (Cidades costeiras de Newlyn e St. Ives, UK, c. 1880-); v. Grupo (Britânico) do Impressionismo Londrino ou Grupo (Britânico) do Novo Clube da Arte Inglesa (Londres, 1886-1889); v. Grupos (Italianos) do Impressionismo; Grupo (Russo) do Impressionismo (São Petersburgo, 1908-); v. Neo-Impressionismo ou Pós-Impressionismo; v. Grupo (Belga) do Neo-Impressionismo ou Pós-Impressionismo (Internacional) ou o Grupo (Belga) da Sociedade (Internacional) dos XX (Bruxelas, Bélgica, 1884-1893).

No comments: